Top 10 – MAIO
22 de abril: data em que os europeus comemoraram o “Descobrimento do Brasil” e os índios lamentaram a invasão portuguesa. Abril seria o mês para homenagear a história brasileira, pegando o mote dessa data comemorativa. No entanto, achei mais oportuno homenagear os Direitos Humanos e, por conta disso, joguei para maio a homenagem ao Brasil.
O Top 10 desse mês traz alguns filmes que representam diversos períodos e que ajudam a contar um pouco a nossa história – ou pelo menos torná-la mais divertida. Abaixo, o Top 10 em homenagem ao Brasil:
Caramuru, a invenção do Brasil – Brasil (2001)
Direção: Guel Arraes
De uma forma bem humorada, Guel Arraes satiriza a história de Diogo Álvares Correia (Caramuru) e Catarina Paraguaçu. Caramuru foi um dos primeiros portugueses a chegar no Brasil, em 1509, após sua embarcação naufragar. Ele foi aceito pelos Tupinambás e passou a viver entre os índios, facilitando o contrato entre a tribo e navegantes europeus. Caramuru se casou com Paraguaçu e é considerado o fundador da cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano.
Como era gostoso o meu francês – Brasil (1970)
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Em mil quinhentos e alguma coisa o viajante alemão Hans Staden foi capturado por canibais da tribo Tupinambá. Após conseguir escapar, voltou para a Alemanha e publicou o seu diário. Dessa inspiração nasceu o filme de Nelson Pereira dos Santos, uma grande obra, que aborda com bastante ironia e experimentalismo a relação entre um aventureiro e a tribo indígena pronta para lhe devorar. Uma interessante representação não-caricatural da relação entre índios e europeus. Um filme literalmente antropofágico.
Carlota Joaquina, princesa do Brasil – Brasil (1995)
Direção: Carla Camurati
Aos 10 anos Carlota Joaquina se casou com D. João VI, que veio a ser rei de Portugal e de suas colônias, incluindo o Brasil. Ela também foi mãe do imperador Dom Pedro. Mimada, a jovem rainha possuía um temperamento agressivo, sobretudo contra o seu marido, inclusive tentando derrubá-lo para tomar o poder. Ao contar a história de Carlota Joaquina, o filme faz uma representação do período colonial no Brasil.
Mauá – o imperador e o rei – Brasil (1999)
Direção: Sergio Rezende
Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, foi considerado um dos maiores empreendedores do Brasil. Sua visão desenvolvimentista impulsionou no país uma série de obras, como a construção da primeira ferrovia brasileira; instalação de iluminação pública a gás no Rio de Janeiro; criação do primeiro Banco do Brasil; além de explorar comercialmente regiões como a Amazônia e até o Uruguai. A história do Barão de Mauá se confunde com a história dos primeiros movimentos desenvolvimentista-capitalista da segunda metade do século XIX no Brasil.
Narradores de Javé – Brasil (2003)
Direção: Eliane Caffé
O filme não é sobre nenhuma cidade “real”, mas Javé pode ser qualquer uma. Pode ser qualquer povoado brasileiro que sumiu do mapa com o surgimento de hidrelétricas, megaprojetos e metrópoles. E a sua história, contada/inventada na base da oralidade é similar ao de muitas que existem por aí, feitas na base da criatividade e memória de seu povo. Narradores de Javé é um pouco de muitas cidades que ficaram no passado brasileiro.
O que é isso, companheiro? – Brasil (1997)
Direção: Bruno Barreto
Representação de um fato marcante ocorrido durante a Ditadura Militar: o seqüestro do embaixador estadunidense no Brasil, em 1969. Charles Burke foi seqüestrado pelo grupo MR-8, que resistia ao regime ditatorial. Nomes como Franklin Martins e Fernando Gabeira participaram dessa ação, que teve o objetivo de negociar a liberdade de presos políticos, alguns deles presos pelos militares durante o famoso Congresso da UNE.
Muito além do Cidadão Kane – Grã Bretanha (1993)
Direção: Simon Hartog
O documentário realizado pelo canal televisivo britânico Channel 4, conta um pouco da história da mídia e o poder no Brasil. O filme mostra como se deu o processo de crescimento da TV Globo, se utilizando de manobrar ilícitas com os governantes do período da Ditadura Militar, como por exemplo Antonio Carlos Magalhães, para construir o seu império. Seu poder de influência na sociedade e na vida das pessoas também é mostrado, em uma situação que não difere muito dos tempos atuais.
Central do Brasil – Brasil (1998)
Direção: Walter Salles
Da Central do Brasil no Rio de Janeiro para o interior nordestino. O filme de Walter Salles traça pontes entre regiões, pessoas e sociedades. Um pouquinho de Brasil e de brasileiros!
Encontro com Milton Santos ou o Mundo global visto do lado de cá – Brasil (2006)
Direção: Silvio Tendler
Como o nome já diz: é sobre o mundo globalizado, a partir do olhar de Milton Santos. É a compreensão da sociedade brasileira, levando em consideração uma análise global e como estamos inseridos nesse contexto. Teses e idéias do geógrafo baiano, que com sua sensibilidade e inteligência traça um perfil do que somos diante do mundo.
Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro – Brasil (2010)
Direção: José Padilha
Polícia. Milícia. Deputados. Governo. Mídia. Uma representação muito próxima da realidade, mostrando que o buraco da violência no Brasil está muito mais em cima. É a indústria do crime contada por um dos maiores filmes do país.
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