19 – O quarto de Jack (Room) – Estados Unidos (2015)
Direção: Lenny Abrahamson
O longa conta a história de Jack, um menino de cinco anos que é criado por sua mãe, Ma. Como toda boa mãe, Ma se dedica a manter Jack feliz e seguro e a criar uma relação de confiança com ele através de brincadeiras e histórias antes de dormir. Contudo, a vida dos dois não é nada normal: eles estão presos em um espaço de 10m². Enquanto a curiosidade de Jack sobre a situação em que vivem aumenta, a resiliência de Ma alcança um ponto de ruptura.
[SPOILER] [MESMO!!!]
O filme tem um ponto de virada muito bem definido, o dividindo em duas partes. Na primeira, um roteiro instigante e uma construção psicológica dos personagens destacável. Já na segunda, o filme se perde e aos poucos suas virtudes vão se diluindo. A imagem que melhor traduz a obra é de uma parábola: vai crescendo, chega no clímax e decresce na mesma proporção.
Na primeira parte, há originalidade e o cuidado de trabalhar a psicologia e a fantasia da história, dentro de um contexto absurdo. A tensão e a velocidade da construção narrativa são feitas de forma cuidadosa. Já na segunda parte, o diretor perde o foco, mistura vários ingredientes e a massa desanda. Ele poderia ter focado em abordar a dificuldade da relação entre o avô e o neto. Ou a exposição e condução midiática. Ou o emocional imprevisível da mãe. Ou a necessidade de adaptação na relação entre a avó e seu namorado. Ou a descoberta fantástica do novo mundo, pela criança. Mas o diretor preferiu falar de tudo isso ao mesmo tempo e acabou sem se aprofundar em nada, ficando muito genérico, solto e, sobretudo, sem emoção, distanciando o espectador da obra, algo inverso do que se tinha conquistado no primeiro momento.
Uma pena, pois o começo do filme prometia.
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