64 – Siga em frente, Munna Bhai (Lage Raho Munna Bhai) – Índia (2006)
Direção: Rajkumar Hirani
Roteiro: Abhijat Joshi; Rajkumar Hirani
O filme conta a história do carismático gângster Munna Bhai, que sente uma paixão platônica por Jhanvi, uma bela locutora de uma rádio de Mumbai. O filme teve grande impacto social na Índia ao trazer de volta para toda a sociedade, e especialmente para os jovens, os valores gandhianos da não-violência.
Pense em um filme interminável, com um roteiro repleto de pontos de virada. Não é nem somente pelas duas horas e pouca, mas, principalmente, porque toda hora acontece uma coisa, e você pensa: “essa zorra não tem perspectiva nenhuma de acabar”. A ansiedade se transforma em desespero e, quando faltam 11 minutos para acabar … acaba. “Como assim? Não é possível!”. Corre, tira o pen-drive da TV, liga o notebook, conecta nele e… ufa! O problema não é do filme, mas do aparelho. Então assiste no computador mesmo. Nele, pelo menos, dá para ver quantos minutos restam. Faltam 10, 9, 8, 7, 6 e… acabou! “Como assim? Não é possível!” “Tira e recoloca o pen-drive”. Dito e feito, funcionou. E, finalmente, lá se foram os 5 minutos finais e o filme acabou.
Passada a tormenta, o que resta são ótimas impressões sobre o cinema de Bollywood. Munna Bhai é uma superprodução, com um roteiro básico e repleto de clichês, mas que envolve pela beleza e riqueza de suas imagens e figurino, e também pela originalidade em “promover” os ensinamentos de Gandhi, sem ser piegas ou panfletário – pelo contrário, pega o caminho fácil do humor; nada melhor para falar algo sério, do que se utilizando da comédia. A filosofia de Gandhi é passada de forma sutil, com leveza. Filosofia essa, que, segundo insinua o filme, tem sido perdida na cada vez mais moderna cultura indiana, percebida através da própria arquitetura do país, onde espaços urbanizados e prédios modernos em nada se parecem com a imagem que o Ocidente tem sobre a Índia.
Mas três grandes momentos foram marcantes: o surpreendente tapa na cara, na escola, que rendeu minutos de gargalhada, com direito à repetição da cena; as falas filosóficas de Gandhi; e as músicas, que dão vontade de levantar da cama e sair cantando e dançando.
Se puderem, assistam. Se não quiserem, ao menos ouçam essas canções: essa e essa. E se você for jogador de futebol, no seu próximo gol comemore fazendo essa dancinha.
Minha nota: 7,7
IMDB: 7,7
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