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138 – A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge) – França (1994)

Direção: Krzysztof Kieslowski
Roteiro: Krzysztof Kieslowski; Krzysztof Piesiewicz
Valentine é uma jovem modelo que um dia atropela uma cachorrinha e, preocupada, sai em busca de seu dono. É quando conhece o homem que mudará a sua vida: um juiz aposentado que passa os dias espionando as conversas telefônicas de seus vizinhos.
Comecei a trilogia pelo fim. Não sei por que, mas acho que eu deveria ter começado pela ordem: A Liberdade é Azul e A Igualdade é Branca. De qualquer forma, valeu mesmo assim.
A Fraternidade é Vermelhaé um filme complicado, que exige atenção para os mínimos detalhes e do início ao fim, pois ele é carregado de metáforas e informações que nos são dadas aos poucos.
Por fim, é mais provável ter dúvidas do que certezas. Ou quase-certezas.
A metáfora da vida do juiz, em paralelo ao do outro personagem cuja história é similar à sua. A cena em que a modelo bebe sua água, na igreja, mesmo local onde ela voltará, ao procurar a cadela. O copo quebrado no boliche. A câmera que, da mesma posição, é capaz de mirar os apartamentos dos dois personagens, que não se encontram durante o filme. O que tudo isso quer nos dizer?
Talvez, que a vida se construa nos pequenos detalhes, que se repetem constantemente, e que ocupam os mesmos espaços, mesmo que em tempos diferentes. Praticamente uma metafísica, que nos faz ver que somos unidos por uma força cósmica, incontrolável, que não se manipula – ou não – mesmo que se tenha o controle das informações da vida de cada um. Um contexto que nos torna irmãos – fraternos – unidos pelo lanço sanguíneo – vermelho!
Realmente parece confuso. E é. Mas talvez o segredo se resuma em uma dica: “basta existir”.
Tenho certeza que ainda existem muito mais metáforas e respostas dentro desse filme. Feliz daquele que conseguir encontrá-las. Mas, não deixa de ser feliz aquele que as procura.


Minha nota: 8,4
IMDB:  8,1
ePipoca: 8,6
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