213 – A Palavra (Ordet) – Dinamarca (1955)
Direção: Carl Theodor Dreyer
Roteiro: Carl Theodor Dreyer
Uma família de fazendeiros unida por forte laços emocionais, passam por momentos de tensões provocados por pequenas desavenças. Sua rotina, após o retorno de um dos filhos do patriarca é modificada pela sua aparente loucura, que o fez acreditar ser Jesus Cristo. A Palavra, é considerado uma obra-prima dentre os filmes que exploram o poder da fé do amor e do sobrenatural.
O filme inteiro dá a sensação de se estar vendo uma peça teatral. A mise-en-scene dos personagens e a iluminação, capaz de produzir uma belíssima fotografia em preto e branco, torna a obra muito mais próxima do teatro.
Já o seu conteúdo é suspeito. Pode ser encarado como um manifesto, uma defesa panfletária do poder da fé religiosa, sobretudo porque o seu diretor tem uma formação luterana e a religiosidade se vê presente na sua filmografia. No entanto, A Palavra pode ser admirada inclusive por ateus e por aqueles que acreditam que a ciência vale mais que a fé em algum deus, já que é possível extrair o conteúdo religioso do filme, e se apegar a questões mais essenciais, como o poder da fé (não em algum deus, mas na fé de que algo pode dar certo) e no amor, capaz de superar qualquer valor religioso e vencer conflitos e intolerância entre religiões opostas.
A Palavra é, portanto, muito mais um ode à tolerância e respeito religioso, ao amor e à esperança do ser humano pelo próprio ser humano, do que, necessariamente uma apologia à religião. É, pois, uma obra bastante interessante e de múltiplas interpretações.
Minha nota: 7,3
IMDB: 8,0
ePipoca: –
Sugestão: O Sétimo Selo
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