235 – A Experiência (Das Experiment) – Alemanha (2001)
Direção: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: Mario Giordano; Christoph Darnstädt; Don Bohlinger
Jornalista investiga experimento que separa pessoas comuns em grupos de carcereiros e prisioneiros em uma cadeia fictícia. Logo, surge uma rivalidade entre as facções.
No dia 14 de agosto de 1971, o psicólogo Phil Zimbardo iniciou uma experiência para tentar, dentre outras coisas, descobrir a origem da maldade humana.
Ele reuniu 24 homens que seriam remunerados para passar duas semanas nesse experimento, que consistia dividi-los em dois grupos: prisioneiros e guardas. O primeiro grupo seria aprisionado em uma cela improvisada e teriam seus direitos cassados, tal como prisioneiros comuns. Já o segundo grupo teria a responsabilidade de manter a ordem e o funcionamento da prisão, tendo liberdade em suas ações, com a única condição de que não poderiam utilizar a violência física.
A experiência só durou seis dias.
Gozando de poder, em pouco tempo os “guardas” passaram a praticar sessões de torturas e humilhações que deixaram os “prisioneiros” extremamente abalados. Cinco deles tiveram colapsos nervosos. Abaixo alguns procedimentos cometidos no presídio simulado, de acordo com o site naopossoevitar.com.br:
Os guardas forçaram os prisioneiros a praticar exercícios repetitivos, proibiam que eles saíssem de suas celas para suas necessidades fisiológicas, os impediam de esvaziar suas latrinas, retiravam os colchões das celas, obrigando os prisioneiros a dormir totalmente nus, no chão e passar por atos de constrangimento e humilhação.
Segundo Zimbardo, tais manifestações correspondem a 7 etapas que justificam tal maldade, dentre elas: a desumanização do outro; a difusão da responsabilidade pessoal (ao agir em grupo, se divide a culpa); a obediência cega à autoridade (se cumpre as ordens, sem questionamento); e a tolerância passiva à maldade através da inatividade ou indiferença.
Tais comportamentos são facilmente percebidos quando vemos o que o exército dos Estados Unidos fez com os presos em Abu Ghraib no Iraque, onde o sadismo é algo chocante e assustador (ver fotos – imagens fortes). Mas, também se aplica aos policiais militares daqui do Brasil que, como bem sabemos e vez ou outra vemos, também não se privam de saciar o seu sadismo, torturando(imagens fortes), humilhando (imagens fortes) e espancando (imagens fortes) detentos e supostos bandidos, como forma de punição ou disciplina.
O que faz tais indivíduos sentir prazer ao realizar esses atos brutais foi o principal objeto de pesquisa de Zimbardo. Uma conclusão que ele chegou foi de que todos nós temos potencialidades em cometer maldades, mas não só a nossa personalidade que pode desenvolvê-las, mas também às condições externas em que somos submetidos.
A Experiência retrata os dias no presídio simulado, que fez parte da pesquisa de Zimbardo. Apesar de conter alguns recursos ficcionais mal dirigidos, que enfraquece o roteiro e algumas seqüências, o filme, no geral, é bom e extremamente interessante justamente pelo seu conteúdo. Ao contrário do que ocorreu na experiência real, no presídio de Abul Ghraib, nos bastidores da PM, e nesse próprio texto, o filme pode ser visto até por quem tem estômago fraco. Apesar de ser forte, ele impacta mais pelos resultados da experiência, do que pelas imagens, que não chegam a chocar.
Minha Nota: 7,9
IMDB: 7,8
ePipoca: 9,2
Sugestão: Oldboy
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