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Top 10 – MARÇO

No dia 29 de março a cidade de Salvador comemora 464 anos.
Essa maravilhosa cidade, da qual eu sempre serei suspeito ao falar, não é apenas importante para o Brasil, como igualmente o é para o cinema nacional. Foi nas ruas, cineclubes e estúdios soteropolitanos que explodiu o Cinema Novo. Tal como na França e Itália, o Brasil vivia um movimento que oferecia ao cinema uma nova possibilidade de fazê-lo, pensá-lo, criticá-lo e vê-lo.
Das películas, do super-8 e do digital ficaram recortes de um tempo. É possível ver a evolução histórica da cidade, de sua arquitetura e de seu povo a partir dos filmes produzidos. É possível sentir a feira de São Joaquim, o elevador Lacerda, as ladeiras do Pelô e a baía de Todos os Santos em cada filme. É como se tudo fosse sensorialmente preservado e nada disso (filme e cidade) tivessem se deteriorado com o tempo – ainda que saibamos que ocorre justamente o contrário. É a magia do cinema contando a história de uma cidade melhor do que muitos historiadores e poetas seriam capazes de contar.
Abaixo listo 10 filmes (entre curtas, médias e longas) que contam um pouco a história do cinema, de Salvador, do cinema de Salvador.
Nem todos foram feitos por diretores baianos, mas todos possuem algo em comum: a cidade de Salvador não é apenas uma locação, mas é personagem essencial à obra.
Um dia na rampa (1957) – curta-metragem
Direção: Luiz Paulino dos Santos

“Um dia na rampa já era documentário de invenção, documentário poético e até documentário sensorial. É do tempo do moderno. É filme sinfonia, filme de Neorrealismo, filme de Cinema Novo. Um dia na rampa é dos precursores do Cinema Novo brasileiro.

Partiram para Um dia na rampa, aquela história de filmar a pé, carregando tudo nas costas, tempos heróicos do cinema brasileiro. Conseguiram pagar o copião, mas não conseguiam finalizar o filme. O dinheirinho acabou. Através de Martim Gonçalves, fundador da incrível Escola de Teatro da Bahia, conseguiram uma sessão do copião de Um dia na rampa para o Magnífico Reitor Edgard Santos, no antigo Cine Guarani. Magnífico conseguiu o dinheirinho que faltava. Lançaram o filme no Cinema Liceu, em sessão do Cineclube da Bahia. Vasconcelos Maia, cronista do Jornal A tarde, escreveu sobre o filme e acabou fazendo amizade com Luiz Paulino dos Santos. Vasconcelos Maia era obá e apresentou Paulino ao universo do candomblé. Dessa imersão, Luiz Paulino dos Santos desenvolve Barravento, mas essa é outra história.” (André Sampaio) 


Bahia de todos os Santos (1960)– longa-metragem
Direção: Trigueirinho Neto

“É um filme de autor, de ruptura, um filme carregado de equívocos, um filme que, mergulhado no social, foi estrangulado pela personalidade individualista de seu autor. Briguei e continuo a brigar porque considero Bahia de Todos os Santos uma ruptura com o cinema tradicional que se fazia no Brasil, tão importante, em 1959, como Rio 40 graus e Rio Zona Norte; como mais tarde Porto das Caixas e num plano especial Os Cafajestes. Trigueirnho Neto, violentamente apegado à desmistitifcação, se liberta das próprias noções do que vem a ser cinema e propõe, neste abstrato canto baiano, uma destruição do discurso cinematográfico” (Glauber Rocha)



A grande feira (1961) – longa-metragem
Direção: Roberto Pires

“Com A Grande Feira, os soteropolitanos estavam na platéia e, em larga medida, nas imagens projetadas na tela do cinema, fazendo desse filme a experiência de maior êxito de crítica e público do Ciclo baiano. Como bem observou o jovem crítico Caetano Veloso, esse filme de Roberto Pires criava a Bahia mais Bahia que o cinema já havia mostrado. Por esta relação complexa entre cinema-cidade-público transposta para o filme por seus realizadores, destaco aqui A Grande Feira como a produção mais representativa daquela sociedade que produziu o que considero a nova onda baiana.” (Maria do SocorroCarvalho)




SuperOutro (1989) – média-metragem
Direção: Edgard Navarro

“Inscrevi um roteiro chamado “Superoutro” e o filme foi negado. Entendi o recado: não vou pela minha poética, não vou pegar uma história com esse maluco, porralouca, maconheiro. Não vamos dar cartaz para esse cara ficar fazendo “O Rei do Cagaço” novamente. Cara cagando, sujando tudo, emporcalhando, iconoclasta. Vai ser iconoclasta na puta que o pariu.
Em seguida, o “Superoutro”. Tive dificuldade para terminar, porque a Embrafilme queria que fossem vinte e cinco minutos, mas o filme cresceu: passou para quarenta e cinco e eles não toparam dar a grana para finalizar. Consegui através da oposição a ACM [Antônio Carlos Magalhães], com o secretário de Fazenda no governo do Waldir Pires.” (Edgard Navarro)


Cidade Baixa (2005) – longa-metragem
Direção: Sérgio Machado
“O jeitinho calmo de falar do Deco é o meu, o desejo à tolerância – apesar da Bahia ser uma terra bem intolerante – que o filme fala eu conheço também, é a minha história.
Provar, mais uma vez, o que Sérgio Machado fala: quanto mais perto se olha para um ser humano, mais parecido com você ele é. Várias pessoas compartilham dessa opinião, e eu acho que este filme é muito bem-sucedido nisso. Se você passar esta história para outro lugar, com outra classe social, os sentimentos serão compreendidos da mesma forma. Tanto é que ganhamos o prêmio mais inesperado no Festival de Cannes, dado pela juventude porque não é um filme exatamente feito para jovens.
Ao mesmo tempo, foi uma prova de que esta história é universal pois o filme foi muito bem recebido, teve boas críticas e vendeu bem. É também muito legal o cinema brasileiro estar mostrando outra cara para o mundo diferente da violência urbana e questões sociais. Não que este filme não tenha, mas, junto com esses temas, vem um muito forte: o amor. Tanto que as cenas de briga são filmadas como se fosse sexo, como se estivessem fazendo amor.” (Lázaro Ramos)


10 Centavos (2007) – curta-metragem
Direção: Cesar Fernando de Oliveira
“O roteiro é de autoria de Reinofy Duarte, o argumento surgiu a partir de um sonho, depois a história foi elaborada tendo as locações como elemento motriz. O que mais me motivou a fazer o filme foi demonstrar que mesmo personagens que vivem a margem da sociedade, ainda lutam para ter dignidade. Sendo que o filme poderia se passar em qualquer lugar do mundo que tivesse problemas sociais parecidos com os nossos.” (Cesar Fernando de Oliveira)
Para assistir o filme no Porta Curtas, clique aqui.




Ó pai, ó (2007) – longa-metragem
Direção: Monique Gardenberg

“Tá tendo terremoto é? Que beleeeza! Vocês sabiam que terremoto é coisa internacional? Aí ó, mostrando o desenvolvimento galopante da Bahia, já pau-a-pau com o continente Europeu;  Você é Bahia é ou é Vitória, afro?; Vai aonde assim, toda bonita, parecendo jegue de lavagem?; Ô mainha.. deixa eu ir amarrar o mal; Ô meu irmão, não me chame de meu irmão não, viu meu irmão, porque eu não sou seu irmão; Reginaldo, o que você anda aglutinando?; Fique na sua aí, viu Muzena; Se feche, viu negão; Você é negro, você é negro, você é negro, você é negro, você é negro, você é negro, você é negro!; Quando a gente sua, não sua o corpo tal qual um branco, Boca?; Vá tomar no cu.” (Ó pai, ó)

O Guarani (2008) – curta-metragem
Direção: Cláudio Marques; Marília Hughes
“O Guarani diz respeito ao cinema que ficava na Praça Castro Alves e que está se transformando em várias salas pela varinha de condão da magia empresarial (se isto é possível). Mas tenho uma ligação afetiva com o cinema Guarany. Não seria exagerado dizer que passei minha vida dentro do Guarany e, entre todas as salas de Salvador, era a minha preferida. Desde pequeno, inaugurando minha cinefilia, e, em conseqüência, minha trajetória de cinéfilo soteropolitano (que depois pisaria em outras plagas), o Guarany, para mim, tinha um encanto particular. Da Praça Castro Alves, ou, como se dizia antigamente, do Largo do Teatro, sentia o cheiro do ar condicionado do cinema, que me inebriava, como uma madeleine proustiana. Gostava de chegar mais cedo somente para ficar sentado na bela sala de espera, olhando os filmes anunciados para breve e aguardem, maravilhado com sua bombonière com os drops enfileirados, tudo muito arrumado, balas, jujubas, chicletes – longe, muito longe, da bagunça do hoje, dos baldes imensos de pipocas, dos refrigerantes 750ml post mix, das guloseimas, etc.
Com a decadência galopante do centro histórico da cidade e a abertura das avenidas de vale e, principalmente, a construção dos shoppings centers, os cinemas do centro foram entrando em decadência. Neste período, em 1982, uma Jornada foi toda concentrado nesse cinema, com grande êxito, aliás. O Guarany passou a ser administrado por esta empresa e vem daí, talvez, sua decadência. 
E a lembrança do Guarany leva, necessariamente, à lembrança do Bar e Restaurante Cacique, lugar ideal para uma cerveja gelada ‘a las cinco de la tarde’, após uma ‘matinée’.” (André Setaro)
Para assistir o filme no Porta Curtas, clique aqui.


A morte de Quincas Berro D´água (2010) – longa-metragem
Direção: Sérgio Machado
“Só tem que chorar a morte quem morreu sem ter vivido” (Quincas Berro D´água)











Jardim das folhas sagradas (2011) – longa-metragem
Direção: Pola Ribeiro
Cosi euê
Cosi orixá
Euê ô
Euê ô orixá
Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem festa
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha
Sou aroni
(Maria Bethânia)



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* Pacote de torrents de todos os filmes, exceto os curtas “10 Centavos” e “O Guarani”, que podem ser vistos pelo PortaCurtas.