358 – Ainda orangotangos (idem) – Brasil (2007)
Direção: Gustavo Spolidoro
Roteiro: Gustavo Spolidoro; Paulo Scott; Gibran Dipp
Durante 14 horas de um dia quente de verão, quinze personagens transitam pelas ruas e prédios de Porto Alegre. Um dia mais que normal na capital gaúcha, em um único plano-sequência de 81 minutos.
Um dia em Porto Alegre, percorrido por um único plano-sequencia de cerca de 80 minutos.
Uma obra extremamente ousada, baseada em uma história insanamente interessante.
Um filme de gaúchos para gaúchos (e todos que amam essa terra, como eu), que infelizmente peca pelo excesso de coloradismo (carece de personagens gremistas), mas compensa com um pequeno passeio pela cidade.
Fico só pensando: e se no minuto 40 o diretor tem vontade de fazer xixi, ou a atriz esquece a fala, ou um dos assistentes tropeça?
Por conta disso, me recordei de um trabalho de escola que nos tempos de outrora eu fiz com meus colegas. A gente gravava um vídeo para apresentação, mas em uma determinada cena tivemos problemas, pois o nosso colega/ator não conseguia falar o texto sem dar risada. Rodamos diversas vezes e nada. Até que já estávamos impacientes e finalmente ele conseguiu falar normalmente. Eis que perto de terminar a cena chega a sua vó e, sem perceber que estávamos gravando, larga um “Oi Guga, tudo bem? Cadê sua mãe tá lá em cima?”. Não sentimos ódio porque caímos na gargalhada e recomeçamos a gravação.
Mas, se esse drama aconteceu durante um mero vídeo escolar, imagine se algo parecido acontecesse no meio da gravação de Ainda orangotangos, rodado todo em um único plano-sequencia!? Se aparecesse uma “vó” dessas no caminho, tenho certeza que acabaria em assassinato.
Parabéns Gustavo Spolidoro e toda a sua equipe por ter conseguido realizar um trabalho tão desafiador!
Minha nota: 7,3
IMDB: 6,9
ePipoca: 6,9