322 – Os pássaros (The birds) – Estados Unidos (1963)
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Daphne Du Maurier; Evan Hunter
Quando a bela Melanie Daniel chega a Bodega Bay perseguindo o solteirão Mitch Brenner, ela é inexplicavelmente atacada por uma gaivota. Inesperadamente, milhares de pássaros aparecem na cidade, crianças e residentes numa terrível série de ataques a crianças e moradores. Logo Mitch e Melanie estarão lutando por suas vidas contra esses ataques inexplicáveis.
Diferente das principais obras do diretor, Os Pássarosnão possui um enredo recheado de suspense, com crimes e mistérios a serem desvendados. Também não possui uma história amarrada onde tudo, pelo menos no final, é justificado e passa a fazer sentido.
Ao contrário, nesse filme todos esses elementos são substituídos por um horror incompreensível, causado por um inexplicável ataque de pássaros.
Na sua primeira metade, personagens e histórias são apresentadas sem muita explicação, o que gera uma sensação misteriosa, como se fosse necessário decifrar tudo, como pistas para se chegar a alguma conclusão. Já em sua segunda metade, esse possível mistério é substituído pelo horror cru, provocado pela perseguição dos pássaros e que pode ter servido de referência para filmes de terror no melhor estilo Colheita Maldita, onde a inocente família precisa correr ou se trancar dentro de uma casa para impedir a invasão de monstros, ETs, vampiros, zumbis, etc.
Claro que seria um pecado religioso comparar essa obra de Hitchcock com filmes como A Colheita Maldita, Sinais, Guerra dos Mundos. Mas a espinha dorsal é semelhante, exceto pelo fato de que em Os Pássaros há a incompreensão e o inexplicável como fator diferencial, que, inclusive, deixa um ar misterioso após o término do filme, algo descartado nas demais produções citadas, excessivamente comerciais.
Sobre os recursos técnicos, os efeitos especiais em Os Pássaros, vistos por um espectador do século XXI, são ridiculamente toscos, o que minimiza um pouco o horror das cenas, já que é inevitável não pensar consigo mesmo “haha, que sangue horrível; esses pássaros aí são montagem; e essa paisagem de estúdio, hein”. Mas, sem dúvida, que para o ano de 1963, tais efeitos eram bastante originais e ousados, tal como trabalhosos – a cena do quarto, de 2 minutos, levou uma semana para ser feita – “a pior semana da minha vida”, como teria dito a atriz Tippi Hedren.
E o final… o que dizer sobre o final!?
Apesar de não considerar Os Pássaros como um dos preferidos na lista de Hitchcock, o recomendo, como uma obra diferenciada dentro de sua brilhante filmografia.
Minha nota: 7,8
IMDB: 7,9
ePipoca: 8,6
Sugestão: Um corpo que cai
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