311 – Uma noite em 67 (idem) – Brasil (2010)
Direção: Renato Terra; Ricardo Calil
Roteiro: Renato Terra; Ricardo Calil
Retrata a famosa noite de decisão do Terceiro Festival de Música Popular Brasileira. O filme relembra a noite de 21 de outubro de 1967 e acompanha a produção musical dos anos 1960 no país com imagens históricas, além de contar com depoimentos inéditos de grandes nomes da música.
Se tem uma coisa que o brasileiro não pode reclamar é de sua produção musical.
Independente de termos Luan Santana, Restart, Cláudia Leitte e Michel Teló, nós temos a possibilidade de escutar coisas maravilhosas, dentro de uma gama incontável de grandes artistas e diversidade de gêneros.
Os músicos que aparecem e cantam em Uma noite em 67são parte desse legado cultural que nós temos. Quem gosta dos artistas da época dos festivais, vai se deleitar com o documentário.
Alguns depoimentos são interessantes, até para aproximar o espectador que não viveu aquela época do seu contexto. Outros são apenas engraçados, como as divagações de Gilberto Gil, que sempre terminam com uma gargalhada contagiante. Ou de Chico, igualmente engraçadas.
A seqüência do Sérgio Ricardo quebrando o violão é impagável. Eu sempre soube dessa história e até já tinha visto a cena. Mas, nunca a seqüência inteira, desde a entrada do músico no palco até a sua derradeira despedida. Também nunca tinha ouvido o próprio Sérgio comentar o ocorrido e fazer a sua autocrítica.
Até a piadinha sem graça do Roberto Carlos sobre o episódio é engraçada.
Inevitavelmente, abri um extenso e orgulhoso sorriso quando Caetano Veloso respondeu sobre a originalidade instrumental e textual da música Alegria, Alegria: “Depois de pronta eu mostrei a alguns amigos meus, que acharam genial, bacana. Principalmente, o pessoal da Bahia. Eu fui a Salvador, antes do festival, e mostrei aos meus amigos de lá e eles acharam bacana. Inclusive, trazer um conjunto de guitarras. Eu fiquei contente pra burro. Porque lá no Rio, escreveram assim ‘Caetano vai usar guitarras e quando chegar na Bahia vai tomar uma surra de berimbau’. Quer dizer, eles não sabiam que os baianos estão além (risos)”. Ai, ai… bons tempos em que a Bahia estava além e que Caetano falava menos bobagens.
Voltando ao documentário, ele é um presente aos amantes da música brasileira.
Uma noite em 67 é mais um dos filmes que podem ser vistos com os olhos fechados.
Minha nota: 7,6
IMDB: 7,4
ePipoca: 4,5
Sugestão: Maria Bethânia – a pedrinha de Aruanda
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