215 – Caráter (Karakter) – Holanda (1997)
Direção: Mike van Diem
Roteiro: Ferdinand Bordewijk; Mike van Diem; Laurens Geels; Ruud van Megen
Polícia prende jovem acusado de matar seu próprio pai, um impiedoso homem da lei. Aos poucos, as lembranças do passado vão revelando a estranha relação envolvendo pai e filho.
O estilo de Caráter passa ao espectador a sensação de estar vendo uma obra literária, transposta ao audiovisual. E não dá outra, de fato o filme é uma adaptação do livro de Ferdinand Bordewijk, e o roteiro conservador transmite bem essa proposta.
A história não deixa de ser interessante. Nela, é possível ver as formas de amor atuando a partir de uma crosta intransponível de amargura e frieza, que conduz os três principais personagens: um juiz impiedoso, uma ex-empregada doméstica, e o filho bastardo, fruto dessa relação de uma única noite. Os pais, é possível afirmar, amam o filho indesejado. No entanto, a forma de amor demonstrada pela mãe é o silêncio eterno e a falta de afeto. Já o carinho do pai é colocado a partir de gestos cruéis e perversos, que se posta como inimigo do próprio filho, mas que é a forma encontrada para fazê-lo homem, ter ambições e crescer na vida. Enfim, são estranhas formas de amor, ainda que seja difícil chegar a essa conclusão, já que quase nenhum sinal de carinho é demonstrado ao longo da história.
Caráter é um bom filme, mas muito convencional e nem de longe justifica a sua escolha como melhor filme estrangeiro, do Oscar de 1997. Ganhando, inclusive, de O que é isso companheiro? o que, honestamente, foi um pouco injusto com o filme brasileiro.
Minha Nota: 6,8
IMDB: 7,7
ePipoca: 6,4
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