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190 – M, o vampiro de Dusseldorf (M) – Alemanha (1931)


Direção: Fritz Lang
Roteiro: Fritz Lang; Egon Jacobson; Thea von Harbou
Inspirado em fatos reais, ”M” narra a trajetória de um assassino sádico, que mata meninas, e ficou conhecido nos anais policiais como ‘o vampiro de Dusseldorf ‘. Exemplo clássico do cinema expressionista, rodado praticamente todo em estúdio – onde era possível valorizar o contraste entre o claro e o escuro.
O que um roteiro inteligente não é capaz de fazer.
M traz um suspense extremamente verossímil, que representa o frenesi caótico de uma sociedade alarmada com um pedófilo à solta. Não é difícil fazer comparações com o momento atual que o Brasil vive, mesmo o filme tendo sido feito na Alemanha, na década de 1930.
“Extra, Extra! Novo crime!”. Basta um sensacionalismo midiático para a população se envolver com um acontecimento e vivê-lo como se fosse um personagem central. Quantos brasileiros não foram detetives e jurados quando a menina Isabella Nardoni caiu da janela em 2008!? A repercussão midiática que entrava pelo Fantástico e saia pela Ana Maria Braga, mobilizou milhares de brasileiros, que comemoravam a cada nova pista e se enchiam de ódio a cada indício que apontava o pai e a madrasta como possíveis assassinos. Tudo isso, é claro, sem se desgrudar dos meios de comunicação.
Em M é justamente isso que acontece. A repercussão da série de assassinatos cometidos por um criminoso desconhecido leva a população a esgotar os jornais e a respirar o caso 24 horas por dia. Tal situação acaba por provocar um efeito direto nas pessoas, cuja desconfiança fazia as mães recolherem seus filhos às suas casas e cada homem ser um potencial suspeito. Frenesi semelhante ao que ocorre quando uma nova gripe do porco, da vaca, do jegue é descoberto e supostamente atribuído à carne, ao suco de laranja, ao ar. A histeria coletiva faz com que o indivíduo prontamente retire o suco e a carne de sua dieta e, se possível, pare de respirar.
A desconfiança, aliás, gera outro fator interessante. Sendo cada homem um possível criminoso, a polícia passa a reivindicar o direito de tratá-lo como sendo um suspeito. Se abre mão da privacidade, em nome da segurança. Isso me faz lembrar o documentário Santa Marta – Duas Semanas no Morro em que há uma seqüência em que uma moradora questiona o comportamento dos policiais, que revistam todos que sobem o morro. Para a polícia, todo o morador do Santa Marta é um possível traficante. Assim sendo, em nome da suposta segurança, cada um é obrigado a abdicar de sua privacidade e de seu primordial direito de ir e vir para ser baculejado pela polícia.
Esse é o mesmo princípio adotado pelos policiais em M. Inevitavelmente, as batidas policiais em locais “suspeitos”, como em bares e casas noturnas, geram o desconforto das organizações paralelas que lucram nesses ambientes. Isso faz lembrar algo?
Pois bem, tal como na nossa sociedade, o crime também se organiza e monta suas estratégias para achar o criminoso, de uma maneira até mais inteligente que a própria polícia.
Mas, é melhor parar por aqui, para não contar o filme todo. M é uma obra magnífica de Fritz Lang, com uma história muito bem desenvolvida e que empolga pelas possíveis analogias a se fazer e pela seqüência final, que faria Kafka aplaudi-la de pé!

Minha Nota: 8,3
IMDB: 8,5
ePipoca: 8,0
Sugestão: Nosferatu

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