189 – Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia) – Inglaterra (1962)
Direção: David Lean
Roteiro: T. E. Lawrence; Robert Bolt; Michael Wilson
Autobiografia de T. E. Lawrence, aventureiro, arqueólogo e oficial do exército britânico, durante a 1ª Guerra Mundial. O filme é uma incursão de David Lean pelas produções grandiosas. Neste período, Lean lança o olhar sobre o tema que o consagraria e estaria presente em suas melhores obras: o choque entre culturas, especialmente a experiência inglesa frente a um oriente ainda misterioso e pouco compreendido.
Um verdadeiro exemplo de um “épico”. Sem tirar, nem pôr.
Tudo no filme é monumental, conquistado a partir de uma fotografia impactante (e seu fotógrafo Freddy Young), proporcionada pelo deserto de Nafud, na Jordânia. A locação foi uma exigência do diretor David Lean, que recusou alguns truques cênicos e assumiu o risco de se filmar no deserto, diante de um mar de areia.
Foram 285 dias de filmagens! Dois meses só para o protagonista Peter O´Toole aprender a andar de camelo. Sem dúvida a produção e o set de filmagens foram algo inimagináveis, talvez mais ficcionais do que o próprio filme. Algo gigantesco e uma experiência marcante para todos os envolvidos.
A história, por sua vez, é igualmente grandiosa. Trata-se de uma adaptação da autobiografia escrita por T.E. Lawrence.
O militar britânico ganhou fama pela sua importante participação na Revolta Árabe, ocorrida entre os anos de 1916 e 1918.
Na prática, o que se revelou no filme e na Revolta, foram os governos inglês e francês sentados na poltrona de uma confortável sala e, de longe, financiando os árabes para que atuassem no front com o objetivo de expulsar os turcos de seu território, arriscando suas próprias vidas em nome de uma promessa de liberdade – que se mostrou falsa, pois na verdade a dependência só mudou de mão: em vez de turcos, Inglaterra e França é que passaram a exercer o domínio sobre a região, se beneficiando dos setores produtivos que geravam lucros.
Agora troque as palavras “Revolta Árabe” por “Revolta Síria”, “turcos” por “Bashar al-Assad” e “Inglaterra e França” por “Estados Unidos e Inglaterra”. Pronto, a equação fica a mesma da de quase 100 anos atrás.
Em nome da atual liberdade síria, mais de 18 mil pessoas já morreram. Nenhuma era estadunidense, inglesa, israelense, etc. Baschar al-Assad deve cair em questão de tempo. Quando isso acontecer, certamente os países que financiaram a Revolta irão querer a sua fatia do poder. Basta saber o quanto de poder irá sobrar para aqueles que arriscaram suas vidas no front.
Minha nota: 8,5
IMDB: 8,5
ePipoca: 9,5
Sugestão: Apocalypse Now
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Abaixo, compartilho o torrent + as legendas revisadas, adaptadas e corrigidas por Django, um frequentador assíduo do blog, que há tempos vem colaborando com as postagens. Na versão anterior, as legendas possuíam algumas deficiências e pequenos erros – nada que comprometesse o filme, mas que ficavam devendo à genialidade da obra. Com o novo arquivo de legendas, gentilmente elaborado por Django e cedido ao blog, temos uma tradução mais justa à importância do filme.
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