183 – Alice não mora mais aqui (Alice doesn´t live here anymore) – EUA (1974)
Direção: Martin Scorsese
Roteiro:Robert Getchell
Alice Hyatt fica viúva e agora tem de criar o filho pequeno sozinha. Inicialmente trabalha como cantora, mas, em virtude de um tumultuado envolvimento com um homem casado e agressivo, foge da cidade, indo trabalhar como garçonete em outra localidade.
Foi uma grata surpresa conhecer a faceta dramática de Scorsese. Não aquele drama noir e psicológico, como em Touro Indomável e Taxi Driver. Muito menos um suspense dramático, como em Cabo e Ilha do Medo. Mas, um drama familiar, caipira e sob o sol.
Alice é uma espécie de Em Busca da Felicidade (com Will Smith). Porém, sem os clichês apelativos que superestimam a “jornada do herói” e preparam o espectador para um comovente happy end. Ou seja, Alice é uma história de uma mulher recém-viúva, com o filho para criar, um dólar no bolso e sonhos passados, abortados pelo casamento. E é pela inevitável luta pela sobrevivência que Alice vai seguir sua jornada. Mas, ao invés de Scorsese fazê-la uma heroína, a faz uma humana.
O melhor do filme é que a história poderia acontecer com qualquer um – e de fato acontece com muitos. Alice é humana, como nós e nossos vizinhos. Tem seus sonhos, medos, necessidades, desejos, brio e, sobretudo, ela também comete erros.
A Alice de Scorsese nos faz mais corajosos para acordar no dia seguinte e encarar o que a vida nos colocar pela frente.
Minha nota: 7,8
IMDB: 7,4
ePipoca: 5,4