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110 – Em nome do pai (In the name of the father) – Irlanda (1993)

Direção: Jim Sheridan
Roteiro: Gerry Conlon; Terry George; Jim Sheridan
Jovem irlandês é preso injustamente com seus amigos e seu pai, sob a acusação de ter cometido um atentado pelo IRA. Baseado em uma história real, que ficou conhecida como “Os 4 de Guildford”.
Tal como em Desejo e Reparação e Um Sonho de Liberdade, Em Nome do Pai traz a história de um homem preso injustamente, por um crime que não cometeu. A diferença, no entanto, é que essa história ocorreu e foi uma das mais marcantes do sistema judiciário britânico, conhecido como o caso dos “Quatro de Guildford”.

Acusado de pertencer ao grupo irlandês IRA e acionar uma bomba que matou três soldados e um civil, Gerry Conlon foi condenado à prisão perpétua e passou 15 anos preso, até seu caso ser revisado. Ele também viu sua família ser presa, inclusive o seu pai, que acabou morrendo na cadeia. Atualmente ele vive à base de álcool e remédios.

Abaixo, alguns fragmentos de uma entrevista que Conlon fez ao jornal britânico The Telegraph:

“Se você passar algumas semanas no Big Brother, vocês acaba recebendo algum tipo de orientação para lhe preparar para retomar sua vida fora da casa. Quando me liberaram da prisão, simplesmente me deram 34,90 libras e disseram para eu ir”.

Depois de meses de campanha ele voltou para a casa de sua mãe, em Belfast, para se reequilibrar, quando as lembranças da prisão voltaram a persegui-lo. “Saí do banheiro, e meu pai, que havia morrido anos antes, estava sentado no sofá, com roupa de preso. Desde então eu não consigo apagar essas imagens terríveis da minha cabeça”. “Eu nunca tinha pensado em suicídio na prisão. Agora eu tenho o tempo todo. Eu não consigo ter relacionamentos. Me transformei em álcool e drogas. É um pesadelo constante”.

“Eu passei meses na solitária, no escuro. Eu tinha sido espancado, pessoas defecavam na minha comida, eu via pessoas serem assassinadas. No entanto, eu tinha que dizer para a minha família que eu estava sendo bem tratado. Quando você sai, você percebe que a relação com sua família, construída dentro da prisão, foi à base de mentiras. Eu não sabia que minha mãe e minha irmã eram revistadas e abusadas quando iam me ver. Você não pode calcular o efeito devastador que isso tem na sua família”.

Enquanto estamos conversando, aparece uma reportagem na televisão, sobre o tratamento de um ex-detento de Guantánamo, Bay Binyan Mohamed. “Nada mudou. O Governo sabia que havia tortura na década de 1970. Quando ouço falar em Binyam Mohamed, tudo volta. Minha mente relembra os espancamentos, as ameaças e a crueldade que sofri nas mãos da polícia.” “Naquela época era o ‘irlandês’. Agora, são os muçulmanos. Ninguém está seguro”.

Em 1997, foi dado a Conlon meio milhão de libras, como indenização. No entanto, esse tipo de indenização é como se o Estado desse para as vítimas de erros judiciais uma “garrafa de uísque e um revólver”. “Eles podem muito bem dizer: ´aqui está o dinheiro, agora vá se matar’.” Foi negado a Conlon o acesso a tratamento psiquiátrico. Só em 2007 é que ele conseguiu receber tratamento regular, e mesmo assim, apenas uma hora por semana. Isso ajudou, mas é muito pouco, chegando tarde demais para alguém que passou pelo trauma que ele teve.

“Eu quero que a morte do meu pai sirva para algo. É a coisa mais difícil que você pode imaginar, ser preso por um crime que não cometeu. Se eu puder fazer algo para impedir que isso aconteça com outras pessoas, aí minha vida vai passar a ter algum significado”.

Para ler a entrevista completa e original, assinada pelo jornalista Richard Holt, em 4 de junho de 2010, clique aqui


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