58 – Os Sete Samurais (Seven Samurai) – Japão (1954)
Direção: Akira Kurosawa
Roteiro: Akira Kurosawa
Durante o Japão feudal do século XVI, um velho samurai chamado Kambei é contratado para defender uma aldeia indefesa que é constantemente saqueada por bandidos. Contando com a ajuda de outros seis samurais, Kambei treina os moradores para resistirem à um novo ataque.
Cá estava eu, há uns 8 anos, assistindo Dodeskaden, de Akira Kurosawa. Era a primeira vez que assistia algo do diretor, e por isso fui preparado para ver uma obra densa, intelectual demais.
Pois bem, não me recordo com precisão, mas acho que os 15 primeiros minutos do filme eram de um homem acordando, se preparando e em seguida partindo em um trem. Até aí, tudo bem. Após a partida, a cena seguinte era dele novamente acordando. E o pior: era a mesma seqüencia, sem tirar nem pôr. Pensei: o diretor está usando esse recurso para dar ênfase à repetição do cotidiano do personagem. Após mais 15 minutos e um novo embarque no trem, novamente se repete a seqüencia em que ele acorda. Exatamente igual. Nessa hora eu, já impaciente, comecei a pensar: o que será que Kurosawa está querendo dizer com isso? Valente, continuei assistindo o filme e articulando na minha mente um milhão de interpretações sobre os 45 minutos e 3 seqüencias exatamente iguais. Na quarta repetição eu desisti de interpretar qualquer coisa, me retei e fui desligar o dvd: foi quando eu percebi que ele estava arranhado e o filme estava retornando ao início toda vez que chegava no minuto 15. Desde então criei ojeriza a Akira Kurosawa e nunca mais vi nenhum dos seus filmes.
A boa notícia é que resolvi superar esse trauma e, para isso, assisti Os Sete Samurais. Para evitar uma nova frustração, me preparei devidamente: comi, dormi, acordei, tomei banho e, finalmente, comecei a ver o filme.
Depois do que vi em Os Sete Samurais nem me importo mais por ter visto quatro vezes a mesma seqüencia de Dodeskaden. Ele é um clássico, divertido e empolgante. Dá gosto de ver os planos, as seqüencias de luta e os dramas e o bom humor dos personagens. Isso sem falar nos conflitos sociais de um Japão rural de antigamente. Certamente um filme para entrar no hall dos melhores de todos os tempos. Genial!
Minha rixa com Kurosawa agora é página virada.
Minha nota: 8,6
IMDB: 8,8
MelhoresFilmes: 9,4
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