45 – Os Melhores Anos de Nossas Vidas (The Best Years of Our Lives) – EUA (1946)

Direção: William Wyler

Roteiro: Robert E. Sherwood

Após a II Guerra, três veteranos americanos voltam do front e enfrentam dificuldades de readaptação.

Um grande filme estadunidense, feito logo após a II Guerra. É interessante perceber, através do cinema, o comportamento de uma sociedade diferente da nossa ao passar por situações que nós brasileiros desconhecemos em sua essência.

Os efeitos da guerra são transmitidos a partir de uma perspectiva pessoal, de três ex-combatentes, cercados de conflitos internos e externos, físicos e existenciais. Sem dúvida deve ter sido muito importante na época do seu lançamento, sobretudo para nortear milhares de cidadãos que estavam passando pelos mesmos problemas que os personagens.

No entanto, me incomoda a falta de uma crítica política. Os efeitos pessoais da guerra são tão intensos, que não deixa espaço para se refletir sobre a nação, os anos que se passaram e os que virão. O único momento em que se ensaiou travar uma discussão mais crítica – na cena da lanchonete – foi quando um personagem iniciou uma provocação ao ex-combatente, questionando o sentido da guerra e a política dos governantes. Seria o momento ideal para se travar um debate reflexivo. Seria, porque a dialética foi interrompida por um soco na cara do provocador. É como se o diretor dissesse: não vamos tocar nesse assunto.