31 – Festim Diabólico (Rope) – Estados Unidos (1948)
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Hume Cronyn ; Arthur Laurents
Dois homens assassinam outro rapaz apenas pelo prazer intelectual de matar e enganar os outros, escondendo o corpo num baú, numa sala onde estão dando uma festa.
A mente doentia dos personagens de Hitchcock é sempre surpreendente: um filho que empalha a mãe, uma mulher que simula estar incorporada por uma alma passada, um homem que mata por prazer e depois esconde o corpo dentro de um baú, no meio de um jantar oferecido aos seus próprios pais. De onde Hitchcock tira tanta e diabólica criatividade?
Festim Diabólico traz um enredo absurdo e intrigante. No entanto, não é apenas a história e a personalidade dos personagens que marcam o estilo do diretor. Sua genialidade consiste nas “brincadeiras” que faz e na criatividade em superar limitações técnicas, que o cinema do seu tempo lhe proporcionava.
Nesse filme, Hitchcock arrisca um sempre interessante plano – seqüencia. Na verdade, Festim Diabólico pode ser considerado um “quase-plano-seqüencia”. O “quase” fica pelo fato de que, em 1948, era impossível gravar um longa-metragem com apenas um rolo de filme. De tempos em tempos o diretor era obrigado a pausar a cena e fazer a troca dos negativos. Como solucionar isso? Fazendo o truque do paletó, como pode ser visto nessa cena aqui, entre os instantes 2:30 a 2:40.
Outro detalhe curioso é essa cena de abertura , em que Hitchcock aparece andando pela calçada, de paletó cinza e segurando uma maleta preta. Isso só me fez pensar o seguinte: ele deixou o seu assistente conduzindo a filmagem, enquanto dava uma de figurante; após sair do plano, deixou a maleta no chão, desabotoou o paletó, atravessou a rua, saiu correndo, entrou no elevador e subiu até o andar do apartamento, aonde o filme estava sendo gravado, para, finalmente, assumir seu posto de diretor. É muito fôlego!
Minha nota: 8,4
IMDB: 7,0
MelhoresFilmes: 7,6
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